Natural de São Vicente, Cabo Verde, foi advogado e político português. Cedo se envolveu em atividades cívicas e políticas, nomeadamente de oposição à ditadura, por isso perseguido e várias vezes detido pela polícia política. Foi um dos fundadores do partido socialista em 1973, por este eleito deputado e vice-presidente da Assembleia Constituinte, foi o primeiro presidente da Assembleia da República (Julho 1976/Outubro 1978).

Engenheiro químico de formação, manteve a par da sua atividade profissional interesse pelas artes, em particular a música e a literatura. Conhecedor da vida e obra de Eça de Queiroz, manteve contacto próximo com os seus herdeiros, acompanhando o projeto de criação da Fundação Eça de Queiroz. Foi membro do Grémio Literário vindo a integrar o Conselho Literário. A partir de 1985 dedicou-se em exclusividade às funções culturais, foi chefe de gabinete da Secretária de Estado da Cultura, membro da Comissão Executiva para a Comemoração do Centenário da Morte de Eça de Queiroz, diretor do departamento cultural e conselheiro para os assuntos culturais da Fundação Luso-Americana.

Natural de Benguela, concluiu o curso de regente agrícola em Coimbra e foi quadro dos Serviços de Agricultura e Florestas de Angola. Paralelamente com a atividade profissional dedicou-se ao jornalismo e publicou poesia. O seu ativismo político e cultural e a proximidade ao movimento independentista (MPLA), desde 1960, levaram-no à prisão pela polícia política. Foi co-fundador da União dos Escritores Angolanos em 1975.

Escritor, integrou o movimento surrealista e participou na primeira exposição do grupo surrealista português em 1949, dele se afastando em 1952 para se dedicar à área do jornalismo, da publicidade e crítica de cinema. Foi opositor ao regime do Estado Novo, membro da direção da Sociedade Portuguesa de Escritores e secretário geral da Associação da Imprensa Diária.