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Produtores e Colecionadores
Biblioteca Pública de Évora

Recolhimento de Santa Marta de Évora

  • PT/CSME
  • Pessoa coletiva
  • 1490-1834

A comunidade de Santa Marta foi fundada em 1490 e transferiu-se para o convento de Santa Catarina de Sena em 1547.
Ligado à memória da comunidade de mulheres da pobre vida instalada em Santa Marta no século XV, que acabaria por se integrar no convento dominicano de Santa Catarina de Sena, o recolhimento seria fundado nas casas do primitivo beatério, após a sua aquisição por Ana de S. José em 1650. Apesar do projecto original se dirigir à fundação de um mosteiro de carmelitas descalças, o insucesso de tais pretensões acabaria por levar à erecção de um recolhimento, destinado a mulheres virtuosas, solteiras e casadas, sob a regra carmelita e na dependência do prelado diocesano. Situado junto à igreja de Santa Marta, sofreria a concorrência da Irmandade das Almas, de clérigos seculares, instalada no mesmo templo desde 1660. Após a extinção das ordens religiosas, o Recolhimento, secularizado, seria vendido em hasta pública, conservando-se a igreja e salas consistoriais da Irmandade das Almas na posse da mesma corporação eclesiástica.

Província de São Filipe de Portugal da Ordem dos Carmelitas Descalços

  • PT/OCD
  • Pessoa coletiva
  • 1612-[século XVIII?]

Província de São Filipe de Portugal: Província dedicada a S. Filipe, foi erecta em 1612, separando-se assim dos conventos da Baixa Andaluzia. O primeiro superior português foi eleito em 1628, no Capítulo Geral da Ordem celebrado em S. Pedro de Pastana (Espanha), mas a separação definitiva da congregação espanhola só se veio a efectivar em 1773, com a realização de um Capítulo Provincial com vigor de Geral em que foi nomeado o primeiro Prior Geral da Congregação da Beatíssima Virgem Maria do Monte Carmelo do Reino de Portugal. Tinha a sua sede no Convento de Nossa Senhora dos Remédios, em Lisboa.

Província de Portugal da Ordem dos Mínimos

  • PT/OM
  • Pessoa coletiva
  • [antes de 1507]-[século XVIII?]

Ordem fundada por S. Francisco de Paula (1416-1507), de cariz marcadamente austero, fruto da vivência eremítica do seu fundador e da experiência da pequena comunidade que, desde 1435, se formara em seu redor. Aprovada como congregação diocesana em 1470 pelo bispo de Conzenza, seria reconhecida por Sisto IV em 1474, com o título inicial de Ordem dos Eremitas de S. Francisco de Assis. Data deste ano a primeira versão da Regra redigida por S. Francisco de Paula, posteriormente objecto de alterações e de ajustes a um modo de vida mais cenobítico, até à sua versão definitiva, aprovada por Júlio II em 1506. A par dos votos tradicionais, a Regra mantinha um quarto voto, o da quaresma perpétua, denunciando a austeridade das suas origens. Após a morte do fundador, ocorrida em 1507, reuniu-se em Roma o primeiro Capítulo Geral da Ordem, que assumiu como vinculativo o texto da Regra aprovado em 1506, a que juntava um conjunto de normas disciplinares - o Correctorium - com vista a salvaguardar a observância fiel da Regra. O mesmo capítulo adoptaria um esquema de governo típico das ordens mendicantes, com a divisão em províncias - inicialmente em número de oito - sob um governo centralizado.

Província de Portugal da Ordem da Santíssima Trindade

  • PT/OST
  • Pessoa coletiva
  • [Século XIII]-[século XVIII?]

Ordem fundada em França no final do século XII, por S. João da Mata e S. Félix de Valois, para colaborar na redenção dos prisioneiros cristãos em poder dos muçulmanos. A Ordem recebeu protecção pontifícia em Maio de 1198 e a aprovação da respectiva Regra em Dezembro do mesmo ano, adaptada já no século XIII e aprovada, na sua nova redacção, por Clemente IV em 1267. Foi associada às ordens mendicantes em 1609. A entrada dos trinitários em Portugal data de inícios do séc. XIII e parece estar associada ao movimento da “reconquista cristã”. Pensa-se que os primeiros religiosos desta Ordem terão chegado a território português integrados em grupos de cruzados que vinham em auxílio do rei na luta contra os mouros. Em 1207, D. Sancho I doa-lhes a ermida de Nossa Senhora da Abóbada, em Santarém, para efeitos de culto, e alberga-os nos paços régios durante o tempo de construção do seu convento. Amplamente apoiados pelos monarcas e pela generosidade de muitos particulares, os trinitários portugueses constituirão província independente a partir de 1312, governada por provinciais desde 1319. A crise interna vivida pela Ordem nos finais da Idade Média levará o rei Afonso V a chamar a si, ainda em 1454, o controlo da angariação e gestão de fundos com vista à redenção dos cativos, criando um tribunal próprio para o efeito em 1461. Em 1498, apoiados por uma bula de Alexandre VI, os trinitários conseguiriam recuperar do monarca alguns dos seus direitos, só plenamente restabelecidos em 1561. Esta data marca também o terminus da reforma da província, iniciada em 1545 sob a direcção dos jerónimos Frei António Moniz de Lisboa e Frei Brás de Barros e continuada, a partir de 1543, por Frei Salvador de Melo, da Ordem de Cristo. Os estatutos saídos do Capítulo Provincial celebrado nesse ano seriam aprovados por Pio V em 1566. O pleno reassumir das prerrogativas trinitárias no resgate dos cativos cristãos justificaria a entrega à Ordem, em 1568, de dois conventos franciscanos em Ceuta e Tânger, bem como o alastrar de novas fundações em Alvito, Lagos e Setúbal, no decurso das centúrias posteriores. O ramo feminino ligar-se-ia, de modo particular, à educação de meninas, com conventos em Guimarães, Lisboa, Campolide e Braga. Clemente XIII aprovou a Ordem Terceira dos Trinitários, distinguindo-se pela sua importância as casas que tinham no Porto e em Lisboa.

Ordem de São Jerónimo

  • PT/OSJ
  • Pessoa coletiva
  • 1448-[?]

Erecta em 1448, com sede no mosteiro da Penha Longa, transitaria para o de Santa Maria de Belém, cujo prior, de acordo com os estatutos aprovados em 1517, passava a acumular os cargos de regente da casa e provincial. Os inconvenientes desta situação no que respeita às dificuldades na vigilância e visitação das restantes casas da Província levaram à intervenção do Cardeal D. Henrique que, mediante a devida autorização pontifícia, redigiu novas determinações, promulgadas em 1574, que separavamo cargo de provincial do priorado de Santa Maria de Belém, a parde um reforço do poder de intervenção do Capítulo Geral. As perturbações causadas no interior da Província foram significativas, agravadas pela nomeação, em 1592, de um provincial espanhol, Fr. Juan de Quemada, para os mosteiros portugueses, e com a união dos mosteiros portugueses aos de Castela em 1595. Só com a restauração política da independência do Reino português, em 1640, se criariam de novo as condições para o restabelecimento da plena autonomia da província portuguesa, obtida somente em 1668.

Ordem de Santiago

  • PT/OS
  • Pessoa coletiva
  • 1170-[?]

Ordem com origem numa confraria de cavaleiros de Cáceres, que foi organizada sob o patrocínio de Fernando II de Leão (1170) e cedo contou com a protecção do arcebispo de Santiago (1171), passando a combater sob a bandeira do apóstolo. A ligação a Santiago contribuiu para acentuar a ligação entre os seus intuitos iniciais de carácter militar e a sua dimensão religiosa. A sua regra surge logo, numa primeira versão latina, nos anos setenta do séc. XII, sendo confirmada por Alexandre III em 1175, através da bula Benedictus Deus. Reconhecidos os seus membros como religiosos de pleno direito, os santiaguistas tinham a originalidade de verem substituído o voto de celibato pelo de castidade conjugal e de puderem admitir a profissão de mulheres e de casais. Em rápida expansão, a Ordem acabaria por atrair a tutela dos monarcas de Castela e de Portugal, que os dotaram nos seus reinos e lhes confiaram a guarda de alguns castelos do vale do Tejo, ao mesmo tempo que os envolveram no movimento de avanço para sul no combate contra o Islão. Assim, instalados em território português desde 1172, ano da doação aos Espatários da vila de Arruda e do castelo de Monsanto, veriam reforçadas as suas possessões com a entrega à Ordem dos castelos de Abrantes (1173), Almada e Alcácer (c. 1175). Envolvidos na recuperação das importantes vilas de Santarém (1184), Silves (1189), Palmela (1194) e Alcácer (1217), centrariam doravante o seu domínio em tor- no da província de Setúbal, estendendo-o paulatinamente a importantes regiões do Alentejo e do Algarve. A cisão do ramo português com Castela consumar-se-ia em 1315, com a eleição de um mestre provincial, consolidando também a sua crescente subordinação à Coroa. Tal levaria, já no século XV, à entrega do governo da Ordem aos infantes (1418) e, mais tar- de, ao próprio príncipe herdeiro (1475), associando aos mesmos as rendas da mesa mestral. Este processo consumar-se-ia em 1541, com a definitiva união do mestrado da Ordem à Coroa portuguesa.

Ordem de Cristo

  • PT/OC
  • Pessoa coletiva
  • 1319-[?]

Ordem fundada pela bula Ad ea ex quibus de João XXII (14 de Março de 1319), em resultado de uma longa negociação sobre o destino dos bens dos Templários em Portugal. Conseguindo-se, em 1312, que os bens detidos pelo Templo na Península não fossem entregues aos hospitalários, o rei Dinis apresentaria à Santa Sé, em 1318, a proposta de criação de uma nova milícia, sedeada em Castro Marim, escolhendo para mestre da Ordem a Gil Martins do Outeiro. Traduzida a bula de fundação, a Ordem de Cristo seria canonicamente instituída em Santarém a 18 de Novembro de 1319, na presença do rei e de vários membros da Corte. Seguindo a Regra de S. Bento, na versão transmitida por Cister à Ordem de Calatrava, os freires de Cristo encontravam-se sujeitos à visita e correição do abade de Alcobaça. A sede conventual da Ordem acabaria por se fixar em Tomar, onde já se reuniu o capítulo geral celebrado em 1357. O percurso posterior da milícia revelaria a sua estreita subordinação aos interesses e ao serviço do monarca, quer na escolha dos respectivos mestres, quer na entrega do seu governo, a partir do século XV, a membros da família real, quer nas tentativas de associação da Ordem aos projectos expansionistas da Coroa. Já com o rei João III, seriam promovidas obras de vulto em Tomar e iniciada a reforma da comunidade conventual (1529-1532), sob a direcção do antigo provincial dos Jerónimos, Frei António de Lisboa.

Ordem de Avis

  • PT/OA
  • Pessoa coletiva
  • [antes de 1176]- [?]

Ordem com origem numa confraria de cavaleiros sedeada em Évora que, em 1176, surgem já referidos como professos de S. Bento, postos sob a direcção de um mestre e aptos a render serviços militares à Coroa. Esta estará intimamente associada ao processo da sua conversão gradual numa ordem militar, cabendo ao monarca a escolha do seu primeiro mestre, Gonçalo Viegas de Lanhoso. Filiados na Ordem de Calatrava desde 1187, os freires de Évora acabariam por deslocar o seu centro para a vila de Avis, doada à milícia pelo rei Afonso II em 1211 e para onde fariam transitar o seu convento em 1223. Tal como outras ordens militares, acabaria por se autonomizar da sua congénere castelhana no segundo quartel do século XV, a par da sua crescente ligação à Coroa. Confiada a administração do seu mestrado aos infantes de Avis desde 1434, acabariam por se unir à Coroa em 1541.

Ordem da Conceição de Maria

  • PT/OCM
  • Pessoa coletiva
  • 1484-[?]

Ordem fundada por Santa Beatriz da Silva, irmã do beato Amadeu, que vai para Castela como dama de companhia de D. Isabel que então casara com D. João II. Beatriz vem a recolher-se no convento de São Domingos, o Real, em Toledo e aí funda, em 1484, a Ordem da Conceição de Maria (Concepcionistas), formando-se a primeira comunidade com religiosas provenientes do referido convento de São Domingos. Em 1489, obtém de Inocêncio VIII a bula para a sua instituição. Inicialmente, esta comunidade segue a regra adoptada pelos cistercienses e só em 1511, com uma regra própria, é sujeita ao Geral do]s Franciscanos, pelo papa Júlio II. A Ordem estabelece-se em Portugal a partir de 1625, com a sua primeira casa, o convento de Nossa Senhora da Conceição, em Braga.

Mosteiro e Basílica do Sagrado Coração de Jesus (Estrela, Lisboa)

  • PT/MBSCJ
  • Pessoa coletiva
  • 1760-1885

Fundação resultante de voto expresso por D. Maria Francisca, mulher do Príncipe D. Pedro, em 1760, de edificar uma igreja e mosteiro para as religiosas de Santa Teresa de Jesus, dedicados ao Sagrado Coração de Jesus. Cedidos os terrenos para a nova construção pelo Príncipe D. Pedro, só em 1777, com a subida ao trono da rainha D. Maria I, o projecto pôde avançar, confiado ao arquitecto Mateus Vicente de Oliveira (1710-1786). Aprovado o projecto em 1779, foi no mesmo ano lançada a primeira pedra, sendo as obras confiadas à direcção de Reinaldo Manuel dos Santos (1740-1790). A rainha obteria de Pio VI a autorização para dedicar a nova igreja ao Coração de Jesus, constituindo-se assim o primeiro templo no mundo com esta invocação. A basílica seria sagrada a 15 de Novembro de 1789. A comunidade conventual foi extinta em 1885.

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