Sopa dos Pobres de Viana do Alentejo
- PT/SPVNT
- Pessoa coletiva
- 1948 (data de atividade registada)
Desconhecido. Existia em 1948.
Sopa dos Pobres de Viana do Alentejo
Desconhecido. Existia em 1948.
Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses: Agência de Viana do Alentejo
Desconhecida. Com registos entre 1928 e 1963.
Santa Casa da Misericórdia de Viana do Alentejo
Ainda antes de 1319 foi fundada a albergaria de Santa Maria, primeira instituição da vila com fins assistenciais. As albergarias eram destinadas a acolher os peregrinos, para quem as regras sociais prescreviam que se lhes desse abrigo. Os hospitais eram destinados ao tratamento dos doentes pobres, mas tinham muitas vezes dependências reservadas a peregrinos, ou, se não as tivessem acolhiam-nos nas instalações para doentes. A excepção era feita para os doentes contagiosos, que deviam ser tratados separadamente. Esta albergaria tinha uma capela anexa.
No ano de 1319 foi redigido o compromisso da confraria dos Homens Bons Ovelheiros que passaram a administrar a referida albergaria. As confrarias eram associações de cristãos para a prática da caridade, simbolizada pelas obras de misericórdia. As obras de Misericórdia são catorze, sete corporais e sete espirituais. Obras corporais: 1ª Dar de comer aos famintos; 2ª Dar de beber aos que têm sede; 3ª Cobrir os nus; 4ª Dar pousada aos peregrinos e pobres; 5ª Curar os enfermos; 6ª Remir cativos e visitar os presos; 7ª Enterrar os mortos. Por outro lado, as obras de Misericórdia espirituais são: 1ª Dar bom conselho, a quem o pede; 2º Ensinar os simples; 3ª Castigar com caridade os que erram; 4ª Consolar os tristes desconsolados; 5ª Perdoar a quem nos errou; 6ª Sofrer as injúrias paciência; 7ª Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos. O fim das confrarias era o amor ao próximo, em vida, na altura da morte e após o falecimento. Em vida, atendiam ao “irmão” pobre ou caído na pobreza, quer fosse confrade ou não. Por isso, anexo a elas, geralmente existia um hospital ou uma albergaria destinada a acolher os pobres que vagueavam pelos caminhos ou os peregrinos que se deslocavam a locais de culto religioso. Esta confraria de Viana era designada dos Homens Bons Ovelheiros porque os seus membros eram os homens bons da localidade, ou seja, os mais ricos e poderosos que podiam desempenhar os cargos políticos na câmara e que, neste caso, se dedicavam à actividade económica de criação de gado ovino, numa época e numa região em que a terra e o gado eram as maiores fontes de riqueza e a base da economia. Já em 1462, foi doada à albergaria de Santa Maria, por Afonso Eanes do Crato, a Herdade de Nossa Senhora, hoje Quinta de Santa Maria (mais conhecida por Quinta do Duque). Doação que foi confirmada em 1464 pelo rei D. Afonso V e de onde provinha o maior rendimento que permitia sustentar a albergaria e pôr em prática os seus fins.
Em 1516, no âmbito da rede de assistência social, a nível nacional, promovida pelo rei, foi fundada a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Alentejo, no mesmo ano em que D. Manuel atribui à vila o foral de Leitura Nova, ou seja um novo foral, um texto actualizado do foral antigo, presumivelmente atribuído por D. Dinis. As Misericórdias também eram confrarias. Em consequência da sua criação, algures na segunda metade do Século XVI a albergaria Santa Maria, nesta altura também já designada de Hospital de Nossa Senhora da Graça, e a sua capela foram integrados na Santa Casa da Misericórdia. A partir daí o hospital passou a ser conhecido como Hospital da Misericórdia e funcionou sob a sua tutela até à segunda metade do século XX. Após a extinção do hospital funcionou no mesmo edifício o Centro de Saúde local, até este serviço ter sido transferido para construção feita de raiz para o receber, inaugurada nos primeiros anos do século XXI.
Ainda no século XX, em 1908, foi fundado, por testamento de D. Inês Maria Bule, um asilo para cegas designado Asilo Jesus Maria José. Este asilo, que foi inaugurado em 1914, após a morte da testadora, funcionou sempre sob administração da Santa Casa da Misericórdia, de acordo com a vontade da instituidora.
Ao longo do tempo a Misericórdia recebeu outros legados testamentários menos expressivos, mas também com fins assistenciais tais como o de Manuel Lopes (1879), o de Jerónima Maria Camões (1894) e o do Cónego José Ponce Martins Morom (1916) cujos fins eram cumpridos pela Misericórdia a partir da administração dos bens ou rendimentos recebidos.
Já em 1979 foi extinto o Instituto de Piedade e Beneficência cujos bens foram integrados na Santa Casa da Misericórdia.
Desconhecido. Apenas se sabe que foi escrivão do Instituto de Piedade e Beneficência.
Legado feito, por testamento do cónego da Sé de Évora José Ponce Martins Morom, em 1916, com fins assistenciais e gerido pela Misericórdia. O Cónego Ponce foi professor em Viana, no Instituto de Piedade e Beneficência, e no Seminário de Évora. Terá doado grande parte dos livros da sua biblioteca à Misericórdia, livros com a marca de posse “Ponce” que ainda hoje integram a biblioteca da instituição.
Legado feito em 1879 com fins assistenciais e gerido pela Misericórdia.
Legado feito antes de 1894 (talvez em 1855) por D. Jerónima Maria Camões com fins assistenciais e gerido pela Misericórdia.
Irmandade das Almas de Viana do Alentejo
Desconhecida. Com registos no arquivo da Misericórdia entre 1855 e 1896, existe, contudo documentação de uma irmandade das Almas do Purgatório no Arquivo Histórico Municipal que chega até 1925. Não sabemos se a documentação existente nestes dois arquivos é proveniente de uma mesma instituição ou de irmandades diferentes com cronologias distintas. A semelhança na designação faz supor que se trate da mesma entidade, mas a documentação do arquivo da Misericórdia só refere uma irmandade das Almas, nunca referindo a palavra Purgatório, ainda que isso possa resultar de uma supressão da palavra para tornar mais prática a referência à instituição.
Instituto de Piedade e Beneficência
Em 1848 o Pe. Luís António da Cruz deixou em testamento a fortuna que possuía para fins de caridade. Após a sua morte, no mesmo ano, foi criado o Instituto de Piedade e Beneficência cujo regulamento foi aprovado em 1852. Esta entidade era constituída por quatro valências principais: uma capela de missa quotidiana, uma escola, um hospício (local para tratamento ou hospedagem de pessoas doentes ou pobres, asilo) e um montepio que fornecia empréstimos de baixo valor aos pobres, que aí poderiam obter quantidades de dinheiro em condições mais favoráveis. O Instituto tinha, assim, como objectivos auxiliar os pobres, os doentes e as crianças. Prestava ajuda económica e serviços de saúde e de educação. Esta instituição teve ainda outro papel relevante na vila ao permitir o acesso à propriedade às classes mais baixas da sociedade. Tal verificou-se através da divisão em pequenas courelas de algumas das herdades que possuía: Montinho do Palanque (1881), Cega Gatos (1892), Famais (1920), Marmelos (1924). Em 1974, com a Revolução do 25 de Abril, o Ministério dos Assuntos Sociais propôs uma alteração dos estatutos e a alteração da denominação do Instituto de Piedade e Beneficência. Os administradores propuseram a designação de “Centro de Bem Estar Pe. Luís António da Cruz”, mas esta alteração nunca terá chegado a ser efectuada. O Instituto de Piedade e Beneficência foi extinto e integrado na Santa Casa da Misericórdia a 6 de Fevereiro de 1979 (Diário da República, nº 31, III Série).
Fragoso, D. Maria José Vasquez
Não existem muitos dados até ao momento. Era filha de José Fragoso, lavrador local que foi presidente da Câmara. Nasceu em 1915, foi irmã da Misericórdia e morreu solteira, já depois do ano 2000. Deixou em testamento bens à Misericórdia.